CARO LEITOR: PARA OUVIR OS VÍDEOS, DESLIGUE O PLAY-LIST NO RODAPÉ DA PÁGINA. NAVEGUE COM A. M. O. R.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Difícil Arte de se Olhar no Espelho

The Difficult Art of Looking in the Mirror


Talvez seja essa a parte mais difícil do processo evolutivo: olhar-se, ver-se, enxergar-se, conhecer a si mesmo. Passamos a vida inteira fora de nós, identificados com tudo que é externo, com tudo que está fora e, principalmente, com o que está no outro.

Na verdade, os defeitos que apontamos nos outros, aqueles que mais nos irritam, são reflexos dos defeitos que estão dentro de nós, por isso nos incomodam tanto reconhecê-los. Eles nos desnudam e essa imagem nos assusta.

Vivemos tão identificados com a realidade externa que a pessoa que menos conhecemos no mundo somos nós mesmos. Isso vale dizer que nós não vivemos; apenas passamos pela vida completamente inconscientes. 

Sejam sentimentos, sejam atitudes... sequer nos apercebemos do que está dentro de nós. Não poucas vezes temos ações e externamos reações que acabam por surpreender a nós próprios.

Do eu externo nos damos conta: gordos, magros, feios, bonitos, altos, baixos, brancos, negros... e se a imagem não nos agrada damos um jeito de mudar. O espelho do quarto ou do banheiro reflete nossa casca, mas não reflete nossa essência.

Então, de que espelho eu estou falando? Estou falando do espelho da AUTO-OBSERVAÇÃO, aquele que reflete nossa alma e, principalmente nossos egos. Esses nossos monstros travestidos da chamada "personalidade".

Fomos ensinados a ter orgulho da nossa personalidade - principalmente os que a tem forte -. Soa na sociedade como uma explêndida qualidade e somos aplaudidos por possuí-la. Mas a personalidade nada mais é do que uma máscara: a face oculta do Ego.

Estamos todos manipulados, condicionados e domados a fazer aquilo que agrada aos outros, aquilo que se encaixa em um padrão estabelecido pela neurose coletiva da mente capitalista, mas que quase nunca representa a nossa essência, o nosso Ser. Somos uma farsa social!

Domados e domadores: estas são as únicas classes de pessoas com quem convivemos hoje - e ambas perniciosas, distantes da condição de viventes do planeta Terra. Pobres cegos transeuntes de uma via sem retorno. Cegos, inconscientes e iludidos: TODOS - domados e domadores.

O espelho da alma - a auto-observação - mostra-nos a verdadeira face do nosso Eu interno, a nossa cara que as cargas energéticas e vibracionais transformam em monstros ou anjos, dependendo da tendência que nos habita.

Os monstros não são eternos, estamos aqui para reconhecer e domar nossos dragões, enfim, para adquirir IDENTIDADE, em lugar da personalidade... ou das personalidades, porque somos seres diferentes, dependendo da conveniência.

 Sem culpa, sem autopiedade, sem indolência miremos o nosso espelho, tenhamos a coragem de encarar a imagem que nele será refletida e decidir mudar... crescer... evoluir. Crescer dói, muitas vezes deixa marcas profundas, mas as cicatrizes são lembranças para nos evitar novas quedas, nos manter vigilantes diante das ofertas tentadoras do mundo físico.

Voltar-se para o interno, sem perder o foco do externo e nos tornarmos um só é a grande Sabedoria do Caminho do Meio, que todos os Grandes Seres da Humanidade pregaram e do qual nos distanciamos quase que irremediavelmente.

MAN IN THE MIRROR




"Eu estou começando com o homem no espelho,
Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos.
E nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo um lugar melhor,
Olhe para si mesmo, e então faça uma mudança."