O que extraímos da vida?
Serapis Bey
Canalizado por Thiago Strapasson, em julho de 2017
Meus irmãos,
Vocês, que andaram a caminho de si mesmos, que
procuraram se descobrir, que não se recusaram a se enfrentar, que passaram
pelas dores, pelas lutas da vida, andaram por caminhos tortuosos, muitas vezes
sofreram, riram, divertiram-se, mas não deixaram de viver. Vocês, filhos, são
aqueles que aprenderam os seus próprios limites, as suas limitações, mas também
viram que têm muitos potenciais, muito a dividir, muito a se doarem.
Assim é a vida. Ela foi feita para se viver cada dia, a cada simples desafio, a cada obstáculo do caminho. Muitos deles, tão simples, tão normais, mas que diante de nossas próprias restrições, se transformam em muros intransponíveis. Outros, verdadeiras montanhas à nossa frente, que passamos sem sequer dar muita atenção.
Assim é a vida. Ela foi feita para se viver cada dia, a cada simples desafio, a cada obstáculo do caminho. Muitos deles, tão simples, tão normais, mas que diante de nossas próprias restrições, se transformam em muros intransponíveis. Outros, verdadeiras montanhas à nossa frente, que passamos sem sequer dar muita atenção.
Como é a vida? É feita dessas experiências. Umas que já aprendemos a superar, e somos mestres nesses obstáculos, e podemos ensinar o caminho a outros que ainda tropeçam. Outras, que ainda precisamos de uma mão que se estenda diante de nós, para que possamos vivê-las com mais segurança.
Mas percebam, meus irmãos, como dos mais simples
aos mais duros obstáculos da vida, todos estão a nos ensinar, todos estão a nos
conduzir ao nosso próprio conhecimento. Porque o grande problema não está na
situação, no obstáculo, no enfrentamento em si, mas sim no que a experiência
nos gera em termos de sentimento.
Através das experiências, aprendemos a superar não
somente o obstáculo em si, mas também a nós mesmos. Saímos mais fortes, porque
aprendemos a nos conhecer, a lidar com nossos próprios sentimentos, com nossas
emoções. Assim nos tornamos mais equilibrados porque somos conhecedores de nós
mesmos.
E nesse trajeto, nos deparamos com nossos irmãos
que, muitas vezes, a partir de suas próprias restrições, projetam suas próprias
dificuldades até os nossos dias, a tornarem a nossa vida mais dura. Projeção
essa que ressoamos e aceitamos, permitindo que ela se torne difícil, porque
entramos no embate, enquanto poderíamos simplesmente compreender os nossos
sentimentos e, então, perdoar, ter compaixão, irradiar amor.
A partir da nossa própria dor, compreendemos a dor
daquele que nos coloca na situação de nos enfrentarmos. E, assim, vamos nos
tornando os mestres da vida, os mestres das nossas emoções, daquilo que
sentimos e de como reagimos. Assim somos mais fortes, mais confiantes.
Ao nos conhecermos, nos enriquecemos, aprendemos a
cada dia o que sentimos diante de cada experiência. E aprendemos mais a não
permitir que os sentimentos nos controlem. Nos tornamos proprietários de nossas
emoções, mas não porque lutamos a reprimi-las, e sim porque conhecemos o que
esses sentimentos nos geram, como reagimos. O aprendizado não está em como
lidar com o externo, mas sim em saber o que cada experiência nos gera. Eis a
verdadeira lição da vida.
E, então, vamos nos tornando nossos próprios
mestres, aqueles que se conhecem profundamente, que permitem que as emoções
venham, porque elas já não nos controlam. Somos nós que olhamos os nossos sentimentos
a dizer: “Venha aqui, meu caro amigo, que somos velhos conhecidos”.
É assim que passamos a nos ver, como um velho
amigo, que se conhece profundamente. Que sabe com o que está a lidar.
Mas eu lhes pergunto: Como podemos nos conhecer, se estamos a nos esconder, a julgar os nossos sentimentos, a não aceitar aquilo que somos. Como, filhos, é possível viver sem estar pleno, integral diante da vida, sem estar entregue?
A vida, filhos, não é dura. Duro, de verdade, somos
nós mesmos, com os nossos sentimentos. Escondemos a nossa verdade, deixamos de
sentir, nos bloqueamos, e assim deixamos de ser integrais, deixamos de nos
conhecer, não nos entregamos à vida. Então, a vida se torna dura, porque
fugimos da nossa verdade. A vida é dura para aqueles que não se entregam, que
não se conhecem, que não testam os seus próprios limites, com entrega, e buscam
a profundidade de si mesmos.
Observem, filhos, que aqueles que se desafiam, que
a cada dia enfrentam uma nova dificuldade, estão sempre a ir adiante, a buscar
a si mesmos. Já aqueles que se escondem, bloqueiam-se, são justamente os que
caem na amargura, no ressentimento, na energia da mágoa, porque não aceitam
terem sido desafiados, serem colocados diante de si mesmos, desnudos, sem
máscaras. Isso dói, mas liberta. E aqueles que compreendem algo tão singelo,
são livres, riem da vida e aprendem a cada dia com os seus próprios
sentimentos.
Esses são aqueles que aprenderam a cair e levantar.
Que já não se preocupam em se sentirem menores, porque desse sentimento tiram
sua própria força a se reequilibrarem diante das experiências. Já não se apegam
à sua própria perfeição. Tornaram-se mais simples, simplesmente porque erram e
lidam com seus sentimentos diante de suas escolhas na vida.
E vemos que, talvez uma das mais duras provas da
vida seja a falta de aceitação com aquilo que somos. Quando o espelho diante de
nós nos coloca diante de nossas carências, de nossos apegos, daquilo que sempre
acreditamos ser e, então, irradiamos nossa raiva, nosso ódio, contra aqueles ou
aquilo que está a nos desnudar, a nos colocar diante de nós mesmos. Essa é a
lição da vida. Aprender a ter humildade diante de nossas escolhas, de nossos
sentimentos, para que, ao menos, possamos ser verdadeiros.
Por isso é que a vida não foi feita para
reclamarmos das experiências, para julgarmos, criticarmos aquilo que está
diante de nós. Mas, sim, foi feita para aprendermos sobre o que sentimos, sobre
o que acreditamos. E apenas no enfrentamento da vida é que a lição é aprendida
em profundidade. É na lição da vida que aprendemos sobre nossos próprios
sentimentos, sobre nossas reações diante das experiências.
No fundo, a busca é pela liberdade, mas não por
sermos livres diante do mundo. E sim por nossa própria liberdade, de sentir
tudo o que somos. A liberdade maior está nesse sentimento de permissão, onde os
sentimentos vêm, passam, mas não nos dominam, eles não são repreendidos, não se
transformam em revolta, em raiva, mas são vividos a partir do perdão, da
compreensão e do amor.
Assim é a vida.
Estejam em paz
Serapis Bey
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Fonte: www.pazetransformacao.com.br