O Poder do Ventre
Maria Madalena
Canalizada por Pamela Kribbe, em julho de 2015
Queridos amigos, eu sou Maria Madalena e saúdo-os com carinho e alegria
em meu coração. Vocês são meus conhecidos e me são familiares. Somos almas
afins, pois todos seguimos a mesma senda juntos, embora cada um a seu próprio
modo.
Hoje gostaria de falar sobre a energia feminina e como ela pode
florescer neste momento, porque isto é essencial para a mudança de consciência
que a humanidade, como um todo, precisa para seguir adiante. É necessário haver
um equilíbrio entre as energias masculina e feminina, tanto no mundo como um
todo, quanto na vida de cada indivíduo. A energia feminina há muito foi
reprimida, danificada e ferida, e isto levou ao domínio de uma energia masculina
unilateral.
À primeira vista, pode parecer que o equilíbrio já
foi alcançado: em muitos países, as mulheres têm praticamente os mesmos
direitos que os homens. Nessas partes do mundo, elas podem se manifestar com
tanta liberdade quanto os homens, desfrutar de uma boa educação, carreira,
posição de poder, e são capazes de acumular riqueza. Mas num nível mais
profundo, algo está faltando e fora de equilíbrio. O que na verdade acontece,
quando uma mulher luta por igualdade desta forma, é que ela se apropria da energia
masculina de dominação e controle e começa a utilizá-la em seu próprio
interesse e ambição. Isto, em si, não é errado, mas a questão é se satisfaz
profundamente a alma feminina, assim como a pergunta adicional é se a alma
masculina se satisfaz profundamente através do acúmulo de poder e dominação.
Neste momento, existem cada vez mais pessoas
buscando uma realização mais profunda. Elas desejam viver por inspiração e
conectar-se com a Terra e seus companheiros humanos, confiando em seus corações
em vez de reagir ao medo. Estes são os ideais que agora tocam os corações dos
jovens. A velha energia masculina de controle e coerção já ultrapassou seu
tempo de vida; existe uma nova geração que pensa e sente diferente. E nisto
reside a oportunidade para a ressurreição da energia feminina, que não apenas
inclui a recuperação dos direitos sociais, políticos e de liberdade para as
mulheres, mas também uma cura verdadeira dos ferimentos internos profundos,
causados à psique feminina.
O que aconteceu à energia feminina no passado? Ela foi despojada de seus
direitos e poder de muitas formas, através da violência física e mental. Isto
está registrado na História, portanto não preciso falar disto agora. Minha
atenção aqui está voltada essencialmente para a maneira que a energia feminina
interna foi afetada por esta violência. Se olharmos para a aura feminina
coletiva, como exemplificada no campo energético de uma mulher comum, veremos
um vazio, um buraco, na área do ventre. A área dos centros de energia
inferiores – os chacras raiz, umbilical e plexo solar – tornaram-se vazios,
isentos de poder. Muitas mulheres possuem, nesses centros, sentimentos de
indignidade, medo e incerteza, os quais geralmente são apenas semiconscientes.
O poder original e feminino do ventre é o de estar vitalizado e ancorado
na Terra. Por sua natureza, a mulher sente-se conectada com a Terra e os ritmos
de suas Estações; e a sabedoria do seu coração baseia-se num sentido natural de
autoestima. Infelizmente, isto se perdeu ao longo das eras e, sem essa base,
sem essa força natural do ventre, a mulher não consegue se conectar de forma
equilibrada com o mundo ao seu redor. Com muita facilidade, ela dá demais de si
mesma aos outros e perde-se nessa doação, de modo que geralmente é incapaz de
assumir seu espaço pessoal e estabelecer limites.
Quando uma pessoa é ferida em sua essência através da rejeição,
violência sexual e humilhação, ocorre uma mudança em seu campo energético: sua
consciência abandona o ventre, que é a sede da emoção, conexão e intimidade.
Quando é doloroso demais estar presente nessa área do seu corpo, a pessoa se
desassocia de si mesma e empurra sua consciência para fora do ventre. Sua
consciência, então, sobe e se aloja na parte superior de sua aura e, como
resultado disto, seus sentimentos ficam embotados, dando espaço para o
estabelecimento da depressão, ou de um sentimento de fadiga e de não ter acesso
total à sua energia. Além do trauma da violência que ocorreu e a profunda
confusão mental que disto se originou, acrescenta-se, então, a tristeza e o
vazio de ter perdido a si mesma.
Isto, em suma, é o que acontece com a psique feminina. Embora nem todas
as mulheres apresentem este padrão na mesma intensidade, isto ainda é uma
tendência geral, que pode ser resumida como se segue:
· O ventre, que é a sede da emoção, sexualidade
e intimidade, e está natural e fortemente ligado à Terra, está relativamente
vazio. Parece ameaçador estar presente ali, devido à dor que permanece nessa
área como uma lembrança, e também devido ao poder que lá se encontra adormecido
– defrontar-se com esse poder é assustador!
· Como resultado deste movimento de retirada,
criou-se um vazio no campo energético entre os centros de energia superiores e
os inferiores, entre a área do coração e a área do ventre.
· A energia do coração, o centro de inspiração e
amor, não consegue expressar-se, fluir para fora e conectar-se com o mundo e
com outras pessoas. Este fluxo está bloqueado devido a demasiado medo e
incerteza ou porque existe uma necessidade de se conectar tão intensamente com
o outro, que a pessoa se perde nesse outro e se torna emocionalmente dependente
dele.
Mulheres que nunca vivenciaram violência na vida – mental, física e
sexual – muitas vezes também apresentam este padrão reativo. Como velhos padrões
podem ser trazidos de vidas anteriores, é possível que, no passado, elas tenham
sofrido danos em sua energia feminina, os quais ainda precisam ser curados
nesta encarnação. Além disto, toda mulher é afetada pela psique feminina em
geral, pela imagem predominante de mulher e pelas experiências coletivas do
passado. Toda mulher tem que lidar com o que estou descrevendo aqui. Assumir o
poder do seu ventre e realmente estar presente em seu coração, de forma
consistente e autoconsciente, não é fácil nem natural para nenhuma mulher.
Como estamos num momento de transformação de consciência, agora é mais
do que necessário curar a ferida energética do ventre. Se você deseja se
desenvolver no caminho espiritual e viver a partir do seu coração e sua
inspiração mais sincera, vai descobrir que, como mulher, você se depara com
medos muito profundos. Não é fácil distinguir-se, tornar-se notável sem entrar
em conflitos. Isto leva você a enfrentar questões difíceis relacionadas com
autoestima e fidelidade a si mesma. Num certo sentido, lhe é solicitado que,
como mulher, você transforme uma parte da dor coletiva de todas as mulheres.
Assim, curando sua própria dor, você cria novos caminhos para a consciência
coletiva se expandir.
Desenvolver-se espiritualmente geralmente é entendido como abrir o
coração, conectar-se com outros através do amor e desapegar-se do ego.
Entretanto, para a mulher que precisa lidar com a falta de força em seu ventre,
é aí que inúmeras armadilhas a esperam. Se você se conectar com outros sem
permanecer solidamente presente em seu ventre, em seu centro, conectada com
suas necessidades e verdade, esta ligação com os outros pode rapidamente
levá-la à perda da sua própria personalidade e até à exaustão.
Se você for uma pessoa muito sensível, com um chakra cardíaco aberto,
que sente facilmente as emoções e o humor dos outros, é bom que tenha uma
percepção bem concreta dos seus próprios limites. Para isto você precisa de um
ego forte. E quando digo “ego forte”, quero dizer que você precisa de um
sentido claro de onde você “termina” e a outra pessoa “começa”. Este sentido
lhe permite estar consciente de quando está doando demais, talvez porque queira
ser apreciada ou não ouse dizer “não”. Um ego saudável lhe permite perceber
clara e perfeitamente o que está acontecendo com você na sua interação com
outras pessoas. O sentido da palavra “ego” foi distorcido, passando a
representar tudo o que é inferior e precisa ser liberado. Mas para as mulheres,
esta forma de autoconsciência e estabelecimento de limites é extremamente
importante.
Para os homens, o processo de desenvolvimento é bem diferente. Eles são
criados com um tipo diferente de moralidade. Quando meninos, são incentivados a
se diferenciarem, a competirem, a se distinguirem. Isto pode ser muito difícil
para aqueles que não se sentem à vontade fazendo estas coisas, para os que são
naturalmente sensíveis, introvertidos ou quietos. Mas, em qualquer caso, os
homens são menos incentivados a se doarem, já que a ambição e agressividade são
valorizadas.
Nos homens também existe uma ferida energética causada por experiências
do passado. Eles foram separados da sua própria energia feminina, dos seus
sentimentos e intuição, e vivenciam isto como uma perda de alegria, emoção e
conexão. Existe um vazio no coração dos homens - menos do que no ventre – e
este vazio os atormenta tanto quanto o espaço vazio no abdome das mulheres as
faz sofrer. Os dois sexos foram prejudicados pelas tradições nas quais vocês
vivem, e ambos foram feridos de formas diferentes. Portanto, recuperar a
integridade envolve meios diferentes para cada um deles.
Para o homem, a ênfase na abertura do coração é
geralmente benéfica. Conectar-se com seus sentimentos, permitir que sua
vulnerabilidade se mostre, e reconhecer a energia feminina em si mesmo são fatores
fundamentais para a cura do homem. Mas, de certa forma, para a mulher é
exatamente o oposto. Para ela, o caminho da autocura é o de ser fiel a si
mesma, manter limites claros, admitir sua própria energia masculina, e
reconhecer e manifestar seus talentos exclusivos. Energeticamente, isto
significa levar a energia do coração, da alma, para baixo, até o nível do
ventre. Ou seja, descer profundamente à cavidade pélvica, que simboliza a força
primordial da energia feminina.
Para a mulher, uma das maneiras de voltar à sua
base é lidar mais conscientemente com a raiva armazenada em si. Muitas mulheres
reprimem emoções de raiva ou frustração, porque a raiva evoca o medo e faz com
que se sintam impotentes. A raiva é ameaçadora porque pode levar a um conflito
com outros; e se a mulher não se sentir capaz de se defender e expressar sua
raiva, ela se sentirá impotente. Então, a raiva pode transformar-se em
depressão, passividade ou cinismo.
Entretanto, você pode ver a raiva como um sinal valioso de que algo ou
alguém está violando os seus limites e, por isto, você se sente ferida; ela é
um sinal que você pode usar para criar uma mudança positiva em sua vida.
Acolhendo a raiva, você se leva a sério, o que significa que a força contida na
raiva pode ser expressada de um modo positivo. O primeiro passo é não enxergar
a raiva como algo ruim e não se condenar por senti-la. Isto é mais difícil para
as mulheres do que para os homens, porque elas estão mais acostumadas a negar a
si mesmas e entregar seu espaço para outros, em vez de reivindicar seus limites
naturais.
É por este motivo que desejo chamar a atenção de toda mulher altamente
sensível que está no caminho espiritual… Cuide do poder do seu ventre;
assuma-o, permaneça firmemente dentro de seus próprios limites e ouse
defender-se. Você tende a associar espiritualidade com amor, luz e conexão.
Estes realmente são atributos essenciais, mas uma conexão equilibrada com o
mundo ao seu redor depende da sua capacidade de distinguir entre o que é certo
e o que é errado para você, de se separar e se desligar quando é preciso, ao
invés de fundir-se e conectar-se desnecessariamente. Para isto você precisa
valorizar-se totalmente, valorizando suas próprias necessidades, seus próprios
talentos e suas próprias emoções – todas elas.
Vivi numa época em que a liberdade de expressão da mulher não era
aceita, muito menos valorizada. Eu sentia uma forte ligação com a mensagem de
Jeshua Ben Joseph e com a essência da energia Crística. Fui tocada por suas
palavras, seu carisma e, naquela vida, voltei-me profundamente para o meu
interior, com a intenção de lembrar-me de quem eu era. Havia também em mim uma
grande raiva dos poderes que me proibiam de ser quem eu era: uma pessoa
independente, poderosa, determinada. Era sempre obrigada a depender de mim
mesma e lutava com os sentimentos de impotência e raiva. Meu ventre foi tomado
pela energia da frustração, sob a qual se ocultava uma sensação de
inferioridade, de falta de confiança em mim mesma. Era minha missão aprender a
lidar com minha falta de autoestima e deixar de me importar com os julgamentos
de outras pessoas.
Este é o desafio para todas as mulheres. Quando a mulher não está
plenamente presente na área do seu ventre, ela tende a doar demais aos outros a
partir do seu coração, tende a esvaziar-se no relacionamento com seu amado,
seus filhos, seus pais, seus amigos.
Perder-se em outra pessoa é, com muita frequência, sinal de não estar
totalmente à vontade consigo mesma, não estar totalmente na sua própria base.
Quando predomina uma sensação de vazio ou alienação, é tentador buscar apoio em
outra pessoa para acalmar esse sentimento. Aparentemente você faz isto por
amor, mas existe outro motivo oculto aí: você precisa do outro para sentir-se
aceita e bem consigo mesma. Entretanto, o verdadeiro crescimento espiritual
implica em aprender a questionar – “qual é o motivo que me leva a conectar-me
com o mundo à minha volta, com meu amado, com meus amigos, com meus filhos, com
meus pais?”
Agora, escolha um desses relacionamentos e coloque sua atenção em seu
próprio ventre. A partir deste nível, sinta quanto espaço você ocupa neste
relacionamento ou quanto você recebe. Por exemplo, imagine seu amado e pergunte
internamente: “Sinto-me plenamente aceita na área do meu ventre, quando estou
na presença dele?” Faça o mesmo em relação a uma amiga. Inspire profundamente
no seu centro, enquanto pensa nela, e sinta sua própria resposta. Você sente
que alguma coisa está bloqueando ou impedindo sua respiração? Experimente fazer
isto como meditação guiada.
A pergunta chave é: o seu ventre consegue relaxar no relacionamento?
Você se sente aceita e é livre para ser você mesma? Ou sente que precisa fazer
um grande esforço e portar-se de um modo que não lhe é natural? Talvez se sinta
sem energia quando está com a outra pessoa. Neste caso, sua consciência sobe
para a sua cabeça e sua percepção abandona sua base, seu ventre.
Quando isto acontecer, não se condene, mas olhe com sinceridade amorosa
para o seu próprio medo de ser fiel a si mesma e de assumir o espaço a que tem
direito. Ao admitir seu próprio medo, você o transforma. E não faz isto
sozinha; o campo energético coletivo das mulheres muda. O que você dá a si
mesma beneficia os outros e vice-versa.
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Fonte: http://www.jeshua.net/por/
Tradução: Vera Corrêa / veracorrea46@ig.com.br
- http://sementesdasestrelas.blogspot.com