A ABUNDÂNCIA
Por Eckhart Tolle
Quem nós pensamos que somos está intimamente ligado a como nos
consideramos tratados pelos outros. Muitas pessoas se queixam de que não
recebem um tratamento bom o bastante.
“Não me tratam com respeito, atenção, reconhecimento, consideração. Tratam-me
como se eu não tivesse valor”, elas dizem. Quando o tratamento é bondoso,
elas suspeitam de motivos ocultos. “Os
outros querem me manipular, levar vantagem sobre mim. Ninguém me ama.”
Quem elas pensam que são é isto: “Sou
um ‘pequeno eu’ carente cujas necessidades não estão sendo satisfeitas.”
Esse erro básico de percepção de quem elas são cria um distúrbio em todos os
seus relacionamentos. Esses indivíduos acreditam que não têm nada a dar e que o
mundo ou os outros estão ocultando delas aquilo de que precisam. Toda a sua
realidade se baseia num sentido ilusório de quem elas são. Isso sabota
situações, prejudica todos os relacionamentos.
Se o pensamento de falta – seja de dinheiro, reconhecimento ou amor – se
tornou parte de quem pensamos que somos, sempre experimentaremos a falta. Em
vez de reconhecermos o que já há de bom na nossa vida, tudo o que vemos é
carência. Detectarmos o que existe de positivo na nossa vida é a base de toda a
abundância. O fato é o seguinte: seja o que for que nós pensemos que o mundo
está nos tirando é isso que estamos tirando do mundo. Agimos assim porque no
fundo acreditamos que somos pequenos e que não temos nada a dar.
Se esse for o seu caso, experimente fazer o seguinte por duas semanas e
veja como a sua realidade mudará: dê às pessoas qualquer coisa que você pense
que elas estão lhe negando – elogios, apreço, ajuda, atenção, etc. Você não tem
isso? Aja exatamente como se tivesse e tudo isso surgirá. Logo depois que você
começar a dar, passará a receber. Ninguém pode ganhar o que não dá.
O fluxo de entrada determina o fluxo de saída. Seja o que for que você
acredite que o mundo não está lhe concedendo você já possui. Contudo, a menos
que permita que isso flua para fora de você, nem mesmo saberá que tem. Isso
inclui a abundância. A lei segundo a qual o fluxo de saída determina o fluxo de
entrada é expressa por Jesus nesta imagem marcante “Daí, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia,
recalcada, sacudida e transbordante, porque, com a mesma medida com que
medirdes, sereis medidos vós também.”
A fonte de toda a abundância não está fora de você. Ela é parte de quem
você é. Entretanto, comece por admitir e reconhecê-la exteriormente. Veja a
plenitude da vida ao seu redor. O calor do sol sobre a sua pele, a exibição de
flores magníficas num quiosque de plantas, o sabor de uma fruta suculenta, a
sensação no corpo de toda a força da chuva que cai do céu. A plenitude da vida
está presente a cada passo. Seu reconhecimento desperta a abundância interior
adormecida. Então permita que ela flua para fora.
Só o fato de você sorrir para um estranho já promove uma mínima saída de
energia. Você se torna um doador. Pergunte-se com frequência: “O que eu posso dar neste caso? Como posso
prestar um serviço a esta pessoa nesta situação?” Você não precisa ser dono
de nada para perceber que tem abundância.
Porém, se sentir com frequência que a possui, é quase certo que as
coisas comecem a acontecer na sua vida. Ela só chega para aqueles que já a têm.
Parece um tanto injusto, mas é claro que não é. É uma lei universal. Tanto a
fartura quanto a escassez são estados interiores que se manifestam como nossa
realidade. Jesus fala sobre isso da seguinte maneira: “Pois, ao que tem, se lhe
dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que não tem”...
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Autor: Eckhart Tolle
Fonte primária: http://www.eckharttolle.com/
Fonte secundária: De Coração a Coração
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ABUNDÂNCIA DE AMOR