A ALQUIMIA DO
BODHISATTVA – LX
MICHAEL BY GIUSEPPE
MAZZOLA
Desenhista
e fotógrafo e ilustrador, nascido em Palermo, em 1981, em entrevista à Revista
Invincible, edição n.º 10, Out/16 [alguns trechos selecionados].
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Michael
foi o foco de inspiração humana. Quando era criança, eu queria ser ele: o
salvador do mundo das ideias, através de qualquer coisa emocionante e colorida
como a sua música. Nunca fui fanático, mas eu literalmente idolatrava o seu
pensamento, tanto que a minha fé para com a humanidade e o mundo se baseia nas
suas palavras, escritas nas letras das canções e nos atos de vida e filantropia
que enriquecem a sua biografia. Michael me deu força para acreditar que a dor
existe, mas que o sofrimento é opcional.
Fotografar
Michael era o sonho e a ambição mais extrema de cada fotógrafo. Estamos falando
do artista mais eclético, imenso e popular da história do Ocidente. A minha
sorte em poder fotografar a ele representou um privilégio que, no início, me
deixou desorientado. Eu tinha medo de não estar à altura da sua grandeza.
Reconhecia a sua imensidão artística e a importância midiática e comunicativa
de cada instante perto dele.
Uma
fotografia nunca era fácil. Cada vez, eu observava a fragilidade da sua carga
emocional arrastada e imersa na partilha universal. Eu estava sempre com os
olhos brilhantes e prontos para chorar. Não falo de envolvimentos fanáticos,
mas de empatia. A consciência de um sentimento não abstrato ou avisado, mas
plástico.
[...]
Por causa de Michael eu aprendi tantas coisas sobre valores morais... Toda a
minha existência moral se baseia no seu pensamento. Eu nunca imitei as suas
ações para me sentir semelhante a ele, mas fiz da sua vida um instrumento para
analisar e olhar para mim mesmo, para entender e me tornar uma pessoa melhor.
Graças
a ele, eu aprendi que, na vida, a humildade e a bondade são as duas armas mais
poderosas para podermos enfrentar todo o mal.
Aprendi
que ouvir é um dom que nos permite descobrir e compreender as diferenças, de
modo a trazer enriquecimento pessoal. Michael me ensinou que a palavra é mais
poderosa do que uma bomba atômica.
Percebi,
graças a ele, que o amor verdadeiro é incondicional e é tão forte a ponto de se
fundir com a fé, até se tornar o verdadeiro sentido de toda uma vida.
Ensinou-me
que as aparências são apenas máscaras e que nunca, jamais, devemos julgar o
próximo.
Ensinou-me
que todos temos um coração, mesmo quando os acontecimentos nos tornam maus;
ensinou-me que o amor é realmente a única cura para qualquer doença da alma.
E
eu percebi que, para mudar o mundo, você precisa ter fome, cultivar um fruto,
colhê-lo e compartilhá-lo. E depois de ter-me mostrado o significado vital da
fome, ele me ensinou sobre nunca esquecer de comer.
Se
hoje sou uma bela pessoa que ouve e ajuda e ama o próximo – como as pessoas dizem
– eu devo isso também, e sobretudo, a ele.
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Fonte: http://cartasparamichael.blogspot.com