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domingo, 11 de dezembro de 2016

A ALQUIMIA DO BODHISATTVA – LX


MICHAEL BY GIUSEPPE MAZZOLA

Desenhista e fotógrafo e ilustrador, nascido em Palermo, em 1981, em entrevista à Revista Invincible, edição n.º 10, Out/16 [alguns trechos selecionados].
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Michael foi o foco de inspiração humana. Quando era criança, eu queria ser ele: o salvador do mundo das ideias, através de qualquer coisa emocionante e colorida como a sua música. Nunca fui fanático, mas eu literalmente idolatrava o seu pensamento, tanto que a minha fé para com a humanidade e o mundo se baseia nas suas palavras, escritas nas letras das canções e nos atos de vida e filantropia que enriquecem a sua biografia. Michael me deu força para acreditar que a dor existe, mas que o sofrimento é opcional.

Fotografar Michael era o sonho e a ambição mais extrema de cada fotógrafo. Estamos falando do artista mais eclético, imenso e popular da história do Ocidente. A minha sorte em poder fotografar a ele representou um privilégio que, no início, me deixou desorientado. Eu tinha medo de não estar à altura da sua grandeza. Reconhecia a sua imensidão artística e a importância midiática e comunicativa de cada instante perto dele.

Uma fotografia nunca era fácil. Cada vez, eu observava a fragilidade da sua carga emocional arrastada e imersa na partilha universal. Eu estava sempre com os olhos brilhantes e prontos para chorar. Não falo de envolvimentos fanáticos, mas de empatia. A consciência de um sentimento não abstrato ou avisado, mas plástico.

 

[...] Por causa de Michael eu aprendi tantas coisas sobre valores morais... Toda a minha existência moral se baseia no seu pensamento. Eu nunca imitei as suas ações para me sentir semelhante a ele, mas fiz da sua vida um instrumento para analisar e olhar para mim mesmo, para entender e me tornar uma pessoa melhor.

Graças a ele, eu aprendi que, na vida, a humildade e a bondade são as duas armas mais poderosas para podermos enfrentar todo o mal.

Aprendi que ouvir é um dom que nos permite descobrir e compreender as diferenças, de modo a trazer enriquecimento pessoal. Michael me ensinou que a palavra é mais poderosa do que uma bomba atômica.

Percebi, graças a ele, que o amor verdadeiro é incondicional e é tão forte a ponto de se fundir com a fé, até se tornar o verdadeiro sentido de toda uma vida.

Ensinou-me que as aparências são apenas máscaras e que nunca, jamais, devemos julgar o próximo.

Ensinou-me que todos temos um coração, mesmo quando os acontecimentos nos tornam maus; ensinou-me que o amor é realmente a única cura para qualquer doença da alma.

E eu percebi que, para mudar o mundo, você precisa ter fome, cultivar um fruto, colhê-lo e compartilhá-lo. E depois de ter-me mostrado o significado vital da fome, ele me ensinou sobre nunca esquecer de comer.

Se hoje sou uma bela pessoa que ouve e ajuda e ama o próximo – como as pessoas dizem – eu devo isso também, e sobretudo, a ele.
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Fonte: http://cartasparamichael.blogspot.com