NUM GESTO TÍMIDO,
UM TURBILHÃO DE SENTIMENTOS
IN A GESTURE COY,
A WHIRLWIND OF FEELINGS
Ele não soube fazer Michael ouvir "eu te amo"
mas soube fazê-lo sentir "eu estou aqui".
Eu tenho em conta que essa é a imagem mais significativa e forte da vida de Jackson. Não estou dentro dele para saber, mas eu sinto isso na alma.
Um gesto tímido, quase escondido.... apenas um toque; e vale mais do que um turbilhão de palavras, ainda mais vindo desse homem, o duro Joe Jackson.
Houve um tempo em que a minha mágoa em relação ao Joe era maior do que a própria mágoa de Michael. Eu tomei as dores mesmo, tive sentimentos duros e negativos com relação a ele, afinal, ele machucou profundamente o Amor da minha Alma.
Mas, quando me deparei com essa foto, algo começou a mudar dentro de mim com relação a esse homem que deu a vida a Michael. E pude ver que ele não é tão duro assim, que ele tem sentimentos, que ele ama esse filho com paixão..., mas ele não sabe dizer. Como deve ser terrível não saber falar! Que passado duro e árido teve Joe para deixá-lo assim tão mudo!
Acho que a mágoa maior de Michael - muito maior do que a dor das surras de chicote - era a dor de nunca ter ouvido da boca do pai um tão furtivo quanto "eu te amo!" Acho que teria bastado uma vez. Mas Joe não sabe falar o que sente, não sabe demonstrar o que sente, sente-se menos homem em admitir que sente algo por alguém.
Eu não consigo imaginar o sofrimento interno desse homem, a dor muda que ele carrega no peito a ponto de lhe comer as palavras. Sim porque Joe Jackson não é tímido, e o tímidos falam... baixinho mas falam. Mas Joe não sabe falar.
Esse pequeno gesto de Joe que o redimiu perante minha alma, só não é maior do que o gesto de Michael em perdoá-lo. Mais difícil do que não saber falar é saber perdoar, porque o perdão só existe quando é de coração.
Apesar das profundas cicatrizes, o velho Joe cumpriu o seu papel. Talvez a divindade tenha roubado as palavras de Joe para que elas não interferissem na lapidação do seu diamante. Michael entendeu as dificuldades emocionais do pai, entendeu o seu papel e deu o primeiro passo. Era 2001, ele mesmo já era pai de três filhos, e estava a caminho de seu discurso de lançamento da Fundação "HEAL THE KIDS", na Universidade de Oxford, na Inglaterra, quando falou para uma platéia repleta de acadêmicos. Nesse dia, pela primeira vez desde os seis anos de idade, ele o chamou de "papai". Inimaginável esforço de ambos.
Michael, você é minha escola viva!