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sábado, 27 de outubro de 2012

BUSCA DA PERFEIÇÃO
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PERFECCIONISMO


O tênue limite entre a virtude e a loucura

Michael sempre se autoadjetivou como sendo um perfeccionista, dada à sua exigência de fazer o melhor, de dar o melhor de si e de tirar o melhor daqueles que o rodeiam. Porém, existe uma sutil, mas determinante, diferença de significado entre buscar a perfeição e ser um perfeccionista.
A busca da perfeição é uma virtude; o perfeccionismo é uma patologia psíquica séria e danosa, tanto para quem experiencia quanto para quem sofre a ação.
Há quem confunda, também – e isso inclui a nossa psicologia clínica atual -, sentido de organização com perfeccionismo. Um indivíduo organizado é alguém que estrutura as suas coisas para facilitar o seu cotidiano, estabelecendo prioridades, otimizando espaços, estudando viabilidades, definindo metas... Isso passa longe de ser alguém que precisa combinar o prendedor de roupa no varal com a cor do tecido pendurado, ou não suporta ver o bibelô disposto um centímetro fora do lugar habitual na estante.
O ser que busca a perfeição procura e se esforça para dar o melhor de si em tudo, fazer o melhor que pode sempre e incentivar o melhor nas pessoas. Porém, o faz com amor, com respeito, com o senso de ajuda; com orientações e não imposições.
O perfeccionista é um doente psíquico e disso eu posso falar com propriedade, bastando-me olhar no espelho. E que triste imagem de se ver! É a partir do momento em que nos reconhecemos dentro de um estereótipo que abrimos uma brecha para a mudança e a cura.
Antes de tudo, essa patologia nos leva a criar uma série de códigos de perfeição, os quais iremos impingir a nós mesmos e a todos que nos rodeiam.
- Martirizamo-nos para atingir um ideal de perfeição (esquecendo-nos de que somos apenas reais e não ideais), ainda que a custa de nossa própria saúde emocional e física.
- Nós nos culpamos e nos punimos inconscientemente por não admitirmos erros (ou o que seria erro em nossa concepção).
- Autoproclamamo-nos donos da verdade, pois tudo que não se encaixa em nosso código de perfeição é considerado errado.
- Autoproclamamo-nos justiceiros do mundo, pois nos achamos no direito de criticar, cobrar, julgar, condenar e obrigar os outros a se encaixarem em nossa verdade, ainda que não seja a verdade deles.
- O perfeccionista não tem respeito humano, na medida em que não reconhece e não aceita a individualidade do outro. Para dispensar um grão do seu afeto, esse outro tem que estar dentro do padrão de excelência que ele exige. E se o outro é diferente dele – e todos somos diferentes de todos – ele vai exigir que o outro mude, não pelo convencimento, mas pela imposição, pela crítica, pela ofensa, pela humilhação e, não raro, pela violência física. Ele não respeita, mas exige ser respeitado e acatado.
- O perfeccionista é impiedoso, é irado, é incompreensivo, é cego e é surdo: não vê e não ouve nada além de suas próprias fantasias psicóticas. É a palmatória do mundo, o juiz planetário e a sua maior frustração nem é com respeito a si próprio, mas é não conseguir fazer os outros dançarem a sua música, ou seja, fazer a sua vontade.
Esse tipo de patologia é autodestrutiva, trazendo estresse, ansiedade, insônia, depressão, obesidade, diabetes, processos alérgicos, distúrbios endócrinos, além de tumores calcificados no fel das mágoas e dos ressentimentos.
Conviver com um perfeccionista é experimentar o inferno emocional e físico. A pessoa se vê agredida em sua individualidade, vive constantemente sob a pressão da crítica, da ofensa, do escárnio, da humilhação, do julgamento, da ameaça, da vingança e da agressão física.
Somando-se os anos nessa convivência danosa, ou a pessoa perde a sua individualidade, submetendo-se a ser aquilo que o perfeccionista projetou, ou vai viver um conflito diuturno que pode levá-la a desenvolver complexos, rechaços, reações de revide violento, traumas, síndrome do pânico, depressão, fuga pelas drogas, alcoolismo, disritmia, labirintite, autismo, convulsões, surtos psicóticos, esquizofrenia, etc.
O perfeccionismo estende seus tentáculos desde o ambiente familiar até o profissional, social e religioso, mas os ambientes em que sua ação é mais nociva são o familiar e o escolar, porque atingem crianças desde a mais tenra etapa de suas vidas.
As adjetivações negativas e as imposições de autoritarismo contra a individualidade da criança vão marcá-la pelo resto de sua vida. Umas mais, outras menos, mas todas são afetadas. Na maioria das vezes, as consequências se somatizam da adolescência em diante. São decretos energéticos de negatividade que se fixam em sua psique e a criança passa a acreditar que ela, realmente, é tudo aquilo de que é xingada e age como tal.
Estamos no limiar de grandes mudanças planetárias, mudanças na consciência humana e, se pleiteamos alguma esperança de participar de uma era onde vai imperar o amor e o respeito humanos, é melhor começarmos a mudar agora, pois já se faz tarde...
Quanto a ti, Michael, jamais fostes um perfeccionista. Tu sempre buscaste a perfeição, que é a marca do gênio.


A MARCA DO GÊNIO
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