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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

AMAR É DEIXAR IR

- NUA ASERA DU (Nós vos Amamos) -
ASHTAR SHERAN

Amadurecer é trocar de ideias, abandonar os extremos e adquirir flexibilidade.

O amor que prende não é amor: é apego. Na realidade, se analisarmos com profundidade, quase nunca amamos. Deixar ir é algo absolutamente difícil e dolorido para nós, o que pressupõe apego, ideia de posse e não amor. Apego é paixão e paixão é emoção, não um sentimento. Não é a emoção que caracteriza o amor, mas sim um estado de ser, um sentir e um compreender do fundo da alma.

Aliás, o sentido da palavra "amor" está tão banalizado atualmente que pode significar tudo, menos a sua essência original. Amor maternal, amor filial, amor fraternal, amor conjugal, amor passional... E se nada disso for amor? E se tudo isso é a tergiversação do amor? Amor não tem rótulos, não tem níveis... o amor É!

"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar" (Dalai Lama).

Será que estamos aptos a deixar ir e não fazer do nosso afeto uma prisão alheia, algemas disfarçadas de "cuidado"? Será que estamos prontos a bastarmos a nós mesmos, a nos responsabilizarmos por nossa própria felicidade sem exigir que o outro nos complete? Ninguém pode preencher nossas lacunas senão nós mesmos e um ser que não se sente completo, pleno não se faz amar. 

A atitude que prende, mata; pois prender é o primeiro passo para perder. Somos eternos e somos unidade em um todo, portanto, não pertencemos a ninguém a não ser a nós mesmos. De igual forma, ninguém nos pertence; tão somente compartilhamos.

O amor que mima, o amor que superprotege, que subjuga é apego, pois é movido pelo medo de perder aquilo que se supõe possuir; portanto, estamos falando de posse e não de amor.

No teatro da vida, nós somos o ator e não o personagem que representamos. Pais, filhos, cônjuges, profissionais são apenas personagens em um determinado estágio de evolução; personagens que são extremamente úteis para nosso aprendizado na densidade tridimensional.

Portanto, nós não somos pais, filhos, irmãos, cônjuges, profissionais: nós estamos pais, filhos, irmãos, cônjuges, profissionais... Porém, o personagem jamais deve suplantar o ator, pois o ator, antes de ser o personagem, é um Ser.

O amor inteligente e verdadeiro prepara o momento de deixar ir, na relação pais e filhos, por exemplo. Há o momento de educar os filhos e o momento de deixar viver e aprender com as próprias experiências. Esse é o estágio em que os pais deveriam apenas orientar e acompanhar, de longe... sem interferir e muito menos proibir. Sem dramas, sem medos, sem separações. Com certeza, os filhos irão errar, mas entendam o erro apenas como parte do processo de aprendizagem e não um mal a ser punido.

Pais controladores, mimadores e superprotetores gestam cidadãos inseguros, incapazes de tomar decisões, incapazes de ter iniciativa e emocionalmente frágeis, pois não aprenderam a lidar com as frustrações e as perdas.

Os pais que mimam, controlam com rudeza ou superprotegem os filhos colocam o personagem acima do ator, pois não se dão conta de que antes de serem filhos, eles são pessoas; têm personalidades e temperamentos próprios de sua essência; não são uma folha em branco onde os pais podem escrever a sua vontade sem consequências.

De igual maneira, os filhos devem ter o respeito pelos seres, pelas individualidades que estão no papel de pais. Antes de serem pais, são pessoas e como pessoas são passíveis de erros e nem de longe têm que sacrificar suas vidas para facilitar a dos filhos. Suprir e educar enquanto dependentes sim, mas igualmente ter a sabedoria, a firmeza e o desprendimento na hora de emancipar: deixar ir.

Conclui-se que não existe amor verdadeiro no mimo, no controle exagerado e na superproteção. O que existe aí é a anomalia de um comportamento patológico totalmente desviado de seu foco.

O amor rejubila nas horas felizes e empresta ânimo nas horas amargas. Não culpa, não critica, não julga e não cobra; apenas acompanha, socorre e reabilita. O amor verdadeiro diz "não" quando necessário, mesmo que isso vá machucar o ego do objeto desse amor.


O amor é um sentimento leve; o apego é uma emoção pesada, densa e que traz enormes sofrimentos.




Michael educou e protegeu seus filhos até o início da adolescência e os entregou ao mundo. Blanket, ainda na infância, continua estudando em casa.


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