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TEMPESTADES
SOLARES
O Congresso dos Estados Unidos alertou os norte-americanos para a
necessidade de se prepararem para uma forte tempestade solar, após alerta da
NASA.
O Congresso dos Estados Unidos fez um alerta aos norte-americanos para se
prepararem para aquilo que está a ser denominado como a "tempestade solar
do século". Num documento elaborado pelos parlamentares, foi pedido às
comunidades locais para se precaverem com os recursos necessários de modo a
poderem abastecer as populações com um mínimo de energia, alimentos e água em
caso de emergência. De igual modo, é destacada a importância de tomar medidas
de prevenção adequadas a este tipo de fenômenos, articuladas entre as
comunidades vizinhas, uma vez que é necessária uma boa coordenação entre todos.
Segundo avança o jornal espanhol "ABC", o texto do Congresso também cita várias
informações elaboradas pela Proteção Civil, pelo regulador de energia elétrica
e pelo Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, explicando a
forma de atuar perante estes fenômenos. O objetivo é incentivar as práticas
preventivas, bem como definir a natureza da ameaça, de forma a que os cidadãos
possam estar preparados.
Espanha, Alemanha, França e Reino Unido, são alguns dos países que, tal
como os Estados Unidos, já estão tomando "importantes medidas a nível de
prevenção".
Este mês a NASA alertou para o fato de que, em 2013, o Sol chegará a uma
fase do seu ciclo onde grandes explosões e tempestades solares serão mais
prováveis e deverão afetar o nosso planeta.
O Sol tem ciclos solares com média de 11 anos e, atualmente, estamos
numa fase de aumento da atividade, o que se traduz em maior número de manchas
na superfície da estrela. É possível que haja outros ciclos mais longos, mas só
existem registros das manchas solares desde meados do século XVIII. Por isso, é
difícil fazer previsões sobre a atividade da nossa estrela.
Teme-se, sobretudo, uma tempestade electromagnética
semelhante à de 1859, conhecida por Evento Carrington. Essa erupção foi tão
intensa, que os sistemas de telégrafo, na altura incipientes, foram seriamente
afetados. Se houvesse redes elétricas, elas teriam sido destruídas. As auroras
boreais foram visíveis em latitudes muito a sul, nomeadamente em Roma.
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Tempestade solar pode afetar a Terra, diz NASA
[...] A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) prevê uma tempestade solar de
forte intensidade para maio de 2013. Se a previsão for correta, o vento solar
poderá prejudicar sistemas de telecomunicações, como TV e internet, e os de
energia. O prejuízo seria 20 vezes maior do que os causados pelo furacão
Katrina, que atingiu os Estados Unidos (EUA) em 2005.
[...] O físico Marildo Pereira, mestre e doutor em astrofísica estelar pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e professor do Departamento de
Física da Universidade Estadual de Feira de Santana(BA), explica que o Sol é
uma estrela bastante ativa e que a força gerada pelas explosões solares (ou
ejeção de massa coronar), que geram feixes de partículas impulsionados a
velocidades altíssimas, pode causar estragos significativos nas linhas de
energia elétrica e de telecomunicações da Terra.
Mas, ressalva, antes é preciso que elas tenham sido lançadas na direção
de nosso planeta e que o atinjam. O fato – esclarece - é que o Sol tem 1,3
milhão de vezes o volume da Terra e massa 332.900 vezes maior que a da Terra. "Isso significa dizer que, enquanto nós
observamos o Sol como um grande disco no céu, se estivéssemos na superfície do
Sol enxergaríamos a Terra como um grão de ervilha no espaço. E acertar um grão
de ervilha não é tarefa muito fácil", pondera Marildo Pereira.
Campo magnético - Além deste
fato, as explosões solares ocorrem em
todas as regiões do Sol, e nossa estrela está em constante movimento de
rotação, o que, estatisticamente, é favorável à proteção da vida em nosso
planeta. Essas condições, porém, não impediram que os efeitos das explosões
solares causassem problemas no planeta, lembra o físico.
Em 1989, metade do território do Canadá ficou
sem energia elétrica e sem telefonia por satélite devido à entrada de
partículas através dos polos.
Embora os habitantes da Terra sejam dependentes de energia elétrica e
das comunicações via satélite, a situação seria ainda pior se o planeta não
dispusesse de um confortável cobertor, o campo magnético.
O físico Gustavo Rojal, doutor em astrofísica
pelo Instituto de Agronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo e
representante do Observatório Europeu, explica que a interação do campo
magnético da Terra com estas partículas varia durante o dia, principalmente nas
regiões voltadas para o Sol.
Mais proteção - Nestas regiões, a camada fica
comprimida e mais próxima da superfície, o que expõe equipamentos elétricos a
danos. A boa notícia para os brasileiros é que as partículas penetram pela
região dos polos e países situados em sua área de influência são mais atingidos
por esta interação, explica Rojal.
Assim, não existe a possibilidade de que uma
explosão solar, por mais intensa que seja, atinja todo o planeta. Parte da
América do Norte e a Europa correm mais riscos.
Para entender a estrutura destas explosões e
obter um aviso prévio de quando os fluxos vão entrar em erupção, a Agência
Espacial Americana (NASA) iniciou na última década o programa Sonda Solar
Terrestrial (STP). O programa oferece seis missões desenvolvidas em satélites,
que traçam o fluxo de energia e matéria entre o Sol e a Terra.
Ciclo terá pico entre o fim de 2012 e maio de 2013
Os pesquisadores conhecem os dados do ciclo solar desde meados de 1800,
e o atual é o de número 24. Os ciclos duram entre 9 e 14 anos, e em meio a
estes acontecem os máximos e mínimos solares. O Máximo Solar dura poucos anos e
é pontuado por episódios de atividade violenta, que duram poucos dias.
O Mínimo Solar pode se arrastar por muitos anos e está associado à
redução do número de manchas solares na superfície da estrela.
O atual ciclo do Sol teve início entre o final de 2008 e início de 2009
e vem sendo considerado atípico porque nos dois primeiros anos o Sol bateu
recordes, com a menor quantidade de manchas solares, vento solar fraco e baixa
irradiação solar.
A baixa atividade solar tem um profundo efeito sobre a atmosfera
terrestre que, nestas condições, esfria e contrai. O vento solar fraco produz
menos tempestades magnéticas ao redor dos polos da Terra e não empurra os raios
cósmicos com tanta eficiência para fora da órbita terrestre.
Os efeitos dos raios cósmicos sobre os seres vivos ainda são desconhecidos.
Mas as barreiras criadas pela atmosfera e pela magnetosfera (campo magnético da
Terra) e os ventos solares impedem a ação direta destes raios.
Previsão - O 24º ciclo
solar terá seu pico entre o fim de 2012 e maio de 2013, quando modelos de
heliofísica, que estuda os fenômenos solares, anteveem uma grande explosão
solar. A alta incidência de auroras boreais (na zona do Polo Norte) e austrais
(na região do Polo Sul) indica, neste momento, aumento de partículas oriundas
do Sol.
Entretanto, o físico Marivaldo Pereira ressalta que
o Sol pouco se importa com os estudos feitos pelos homens. E, para muitos
especialistas, o conselho é que para quem aposta na catástrofe deve marcar
apenas com lápis, em seu calendário, a data de 2013.
TEMPESTADES DE LUZ